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terça-feira, 16 de abril de 2024

O Juízo Final faz parte da Escatologia Cristã

 

É verdade que o mundo inteiro vai dobrar os joelhos diante de Jesus e toda língua vai confessar que Jesus Cristo é o Senhor (Rm 14.11-12). Porém esse gesto e essa palavra não indicam que todos serão salvos. As mesmas Escrituras que anunciam a apoteose que está para vir anunciam também o advento do chamado “dia do juízo”, ao qual Jesus se refere várias vezes (Mt 10.15; 11.22, 24; 12.36), antes mesmo de proferir o sermão profético (ou escatológico), que aparece no final do Evangelho Segundo Mateus (25.31-46). 

Aos filósofos epicureus e estoicos de Atenas, Paulo teve a coragem de declarar que Deus “estabeleceu um dia em que há de julgar o mundo com justiça [uma referência ao dia do juízo], por meio do homem que designou [uma referência a Jesus Cristo]”. O apóstolo ainda acrescentou: “E [Deus] deu provas disso a todos, ressuscitando-o dentre os mortos” (At 17.31).

Depois de recordar uma série de juízos menores, em relação ao juízo final, como o dos anjos que pecaram, o do mundo antigo na época do dilúvio e o de Sodoma e Gomorra, o apóstolo Pedro afirma que Deus sabe separar os piedosos dos demais e “manter em castigo os ímpios para o dia do juízo” (II Pd 2.9).

O “juízo do grande dia” não absolverá todo mundo. Antes, esse soleníssimo dia fará justiça; separará o trigo do joio (Mt 13.40-43), os peixes bons dos peixes ruins (Mt 13.49-50), as virgens prudentes das virgens insensatas (Mt 25.1-13), o servo bom e fiel do servo mau e negligente (Mt 25.28-30), as ovelhas dos bodes (Mt 25.31-46), os justos dos ímpios (II Pd 2.9), os crentes dos incrédulos, os eleitos dos não eleitos, os salvos dos perdidos.

Então, é razoável que se questione por que as Escrituras declaram que todo joelho se dobrará diante do Senhor, nos céus, na terra e debaixo da terra, e toda língua confessará que Jesus Cristo é o Senhor.

A resposta é muito simples – o mundo inteiro fará isso porque não há outro caminho. Por causa da autoridade inegável e irresistível de Jesus Cristo, porque todos os esforços conjuntos para despedaçar as correntes que os prendem a Deus foram ridículos e inúteis o tempo todo, conforme conta o famoso Salmo 2. As nações beijarão o Filho não por amor, mas por causa de sua ira, de seu governo, de sua majestade, de seu poder, de sua autoridade (Sl 2.12).

Fonte: revista Ultimato Maio junho 2013 – Edição 342.

As relíquias da salvação

 

Quando vier o que é perfeito, quando vier o que é completo, o que é imperfeito e incompleto desaparecerá. Acontece, porém, que quando vier o que é perfeito, o que é completo, muitas coisas boas do presente não precisarão desaparecer, ser jogadas no lixo ou enterradas numa cova mortuária. Embora não necessárias no futuro, elas merecem respeito porque foram muito úteis no presente processo ou na presente história da salvação. Estas coisas deverão ser arquivadas em sinal de reconhecimento e gratidão. Não há melhor lugar para elas do que o estojo de lembrança ou o porta-joias. Quem sabe, cada um de nós poríamos no memorial da salvação pelo menos estes quatro porta-joias:

O porta-joias da Palavra

Aqui eu guardo a Palavra de Deus. Ela me ajudou muito. Foi o livro que eu mais li. Desde a infância. A vida inteira. Há um filete de sangue que percorre toda a Bíblia. Do Gênesis ao Apocalipse. Desde o sangue dos animais sacrificados para que de suas peles Deus cobrisse a nudez de Adão e sua mulher (Gn 3.21) até as duas últimas referências ao sangue do Cordeiro, que tornou brancas as roupas da grande multidão que ninguém podia contar e que eram de todas as nações, tribos, raças e línguas (Ap 7.9-17; 12.11). Essa Palavra testifica de Cristo e me levou a ele. Ela me mostrou a grande destruição e a grande reconstrução, a grande queda e a grande salvação.

O porta-joias da fé

Aqui eu guardo a fé, a consistência do que eu esperava e a certeza daquilo que hoje vejo e agarro com as mãos, quando isso era outrora impossível. Por meio dessa fé eu me aproximava de Deus e o aguardava. Era por meio dessa fé que eu via meu pecado sobre Jesus, era por meio dessa fé que eu via a cruz vazia e a sepultura vazia, era por meio dessa fé salvadora que eu via Jesus à direita de Deus, era por meio dessa fé que eu via o que hoje estou vendo sem a ajuda dela. A fé sempre foi para mim como o cano que liga a caixa d’água à torneira ou como o fio que liga o gerador de energia à tomada.

O porta-joias da esperança

Aqui eu guardo a esperança. Quantas vezes a minha esperança batia as asas e ia embora, deixando-me sozinho frente à dor. Quantas vezes a minha esperança batia as asas outra vez e voltava para mim! No deserto eu não tinha esperança, no fundo do abismo eu não tinha esperança, no vale da sombra da morte eu não tinha esperança, na tristeza eu não tinha esperança, no abandono eu não tinha esperança. Mas, porque “o amor de Deus não se acaba, e a sua bondade não tem fim”, somente por causa disso, eu voltava a ter esperança e aguardava em silêncio a ajuda do Senhor (Lm 3.21-26). A esperança me levava para bem longe, para um futuro distante, mas esplendoroso, onde hoje estou!

O porta-joias da confissão

Aqui eu guardo a confissão. Quantas vezes eu precisei dela para dizer ao Pai que havia pecado pela primeira vez, pela segunda vez, pela sétima vez, pela 490ª vez. Quantas vezes confessei e quantas vezes ele perdoou os meus pecados e me purificou da minha injustiça! Como pecador, quase todas as minhas orações começavam com a oração do publicano: “Senhor, tem misericórdia de mim!”. Além da pecaminosidade interior, além do pecado desejado, além do pecado cometido, além do pecado ainda não visualizado – eu confessava a minha fragilidade, a minha incapacidade, a minha impossibilidade de superar determinadas fraquezas. Por meio da confissão – e só por meio dela – eu mantinha a higiene da alma.

Fonte: Revista Ultimato maio-junho 2013 Edição 342.

sábado, 13 de abril de 2024

A escolha entre a porta estreita e a porta larga

Lição 2 - Data: 14/04/2024

Texto Áureo – Lc 13.24 - “Porfiai por entrar pela porta estreita, porque eu vos digo que muitos procurarão entrar e não poderão”.

Nota – Verbo porfiar: Lutar, pelejar, contender, discutir intensamente por algo. Em Lucas 13.22-30 Jesus falava indiretamente da extensão do Reino de Deus, sendo rejeitado pelos principais do judaísmo, aos gentios seria pregado o evangelho e esses creriam, ficando Israel como derradeiro, acredito, para após o arrebatamento da Igreja, quando Deus voltará a tratar com Israel na Grande Tribulação.

Verdade Prática – Pela analogia, a porta estreita não é uma opção, mas a única alternativa disponível para o crente entrar no Céu.

1.Introdução

1.Estudaremos as analogias da porta estreita e da larga, do caminho apertado e do espaçoso, um leva à vida e o outro à perdição.

2.Jesus tinha a pretensão de mostrar aos pecadores o caminho para a salvação.

3.De que maneira o pecador pode entrar pela porta que o leva para o Céu? Arrependimento e fé (Mc 1.15; Mt 21.28-32).

4.Veremos que a entrada pelo caminho estreito está baseada no arrependimento, confissão de pecados e vida nova em Cristo.

I. Portas e Caminhos

1.O caminho apertado aponta para a conduta, a maneira de viver que leva à salvação em Cristo. Em João 10.9 e 11, Jesus é a porta e o bom Pastor.

2.A palavra “apertado” no grego significa “prensar como uvas, espremer, pressionar com firmeza, caminho comprimido, contraído; metaforicamente, aborrecer, afligir, angustiar”.

3.Princípios do Reino pela porta estreita e no caminho apertado: Amar os inimigos, não praticar a hipocrisia, acumular tesouros no céu, ensinados no Sermão do Monte (Mt 5.39-48).

4. A porta larga e o caminho espaçoso – Dizem respeito às pessoas que vivem segundo suas próprias ideias (Jz 21.25) e que não desejam ajustar-se aos ensinos das Escrituras Sagradas (Jo 7.38).

Discussão 1: A maioria toma o caminho das escolhas fáceis para vitórias, conquistas de curto prazo, menos esforços. E poderá ser benéfico ou desastroso.

II. Por que entrar pela Porta Estreita é difícil?

1. Está aberta, porém, com condicionantes - Quem desejar por ela passar, terá que reconhecer quem é, um pecador, renunciar o eu e se submeter ao Senhorio de Cristo.

2. A porta larga é atraente - Oferece uma jornada de prazeres, deleites e libertinagem.

a) O caminho dá muito prazer efêmero – Porém, despreza a Deus. E todos os que amam o mundo não terão direito a entrar nos céus (I Co 6.9,10).  

I Jo 2.15-16 – “Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele. Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo”.

Gl 5.19-21 – “Porque as obras da carne são manifestas, as quais são: prostituição, impureza, lascívia, idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões, heresias, invejas, homicídios, bebedices, glutonarias e coisas semelhantes a estas, acerca das quais vos declaro, como já antes vos disse, que os que cometem tais coisas não herdarão o Reino de Deus”.

3.As exigências da Porta Estreita:

a) Uma decisão pessoal (“quem quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me”);

b) Transformação interior, torna-se nova criatura (II Co 5.17);

c) E sendo minoria, ter a disposição para seguir na contramão da maioria deste mundo. Enquanto Igreja, aborrecidos, não somos do mundo (Jo 15.18-19).

I Jo 2.17 - “O *mundo passa, e a sua concupiscência; mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre”.

*mundo material, fonte de sedução, sistemas de valores opostos a Deus.

Certamente cristãos primitivos reprovariam o ensino da hipergraça – “Venha como estais e viva como você quiser”.

Discussão 2: É difícil ser um cristão? Os mandamentos do Senhor não são pesados. Porém, o Reino de Deus é tomado com esforço (Mt 11.11-12).

Parafraseio uma reflexão: A salvação eterna é gratuita! O discipulado pode nos custar toda essa vida passageira”. Dizia o apóstolo Paulo: “Porque para mim o viver é Cristo, e o morrer é ganho” (Fp 1.21).

III. Entrando pela Porta e pelo Caminho do Céu

1. Arrependimento de pecados – A mensagem pregada por João Batista (Mt 3.1-10), para entrar no Reino de Deus, o arrependimento era a palavra de ordem divina. 

2.O arrependimento bíblico não é uma questão meramente emocional – É uma disposição para mudar de ideia, de direção e um exercício que envolve o aspecto mental e moral do homem.

Jonathan Adwards (1703-1758), teólogo puritana congregacional – “Eu preciso me arrepender do meu arrependimento que, às vezes, é tão superficial”.

3.A confissão pessoal dos pecados - Em Israel, a confissão era nacional e se dava em dia especial, no Dia da Expiação (Nm 5.7). No NT é uma perspectiva nova que aparece a partir do ministério de João Batista, o precursor do Messias.

4.Perdão é uma dádiva de Deus – Como assim? Quando o homem reconhece a sua condição espiritual, confessa e deixa para trás a vida de pecados.

Pv 28.13 – “O que encobre as suas transgressões nunca prosperará; mas o que as confessa e deixa alcançará misericórdia”.

I Jo 1.8-9 – “Se dissermos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e não há verdade em nós. Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça”.

5.Frutos dignos de arrependimento – É marca da verdadeira conversão. Pode até fazer milagres, expulsar demônios pelo nome de Jesus (Mt 7.21-23). Porém, seremos reconhecidos pelos frutos – No pensar, agir, nova vida em amor fecundo (Mt 7.20; Jo 15.16; I Jo 3.10).

Conclusão

1. O que a “porta larga” e o “caminho espaçoso” simbolizam?

Simbolizam uma vida sem compromisso com Cristo, segundo o padrão do Mundo.

2. O que o Senhor Jesus ensinou a respeito de seguir o caminho da “porta estreita”?

Ele ensinou que para tomar o caminho do céu é preciso negar a si mesmo, para vivermos sob o seu senhorio, a fim de que resulte na eternidade com Deus.

3. Que tipo de disposição deve haver no arrependimento bíblico?

Trata-se de uma disposição para mudar de ideia, de direção e valores, um exercício que envolve aspectos mentais e morais no ato e processo de arrepender-se do homem para com Deus.

4.Entramos pela porta estreita e estamos, de fato, trilhando pelo caminho apertado? Resposta pessoal.

Fontes da pesquisa:

Lição CPAD/EBD – 2º trimestre de 2024

Bíblia Sagrada

 

Por Samuel Pereira de Macedo Borges

Natal/RN, 13/04/2024.

domingo, 7 de abril de 2024

Lição 1: O Início da Caminhada

 Introdução

1.Início de um novo trimestre na EBD – sob o título “A Carreira que nos está proposta, o Caminho da Salvação, Santidade e Perseverança para chegar ao Céu”. Comentários do Pr Osiel Gomes AD Tirirical (MA).

2.Alguém disse: Ser eleito é um detalhe; o outro é tomar posse da vida eterna.

3.A caminhada da fé cristã tem: Começo, meio e final. É no meio que os desafios, altos e baixos se apresentam.

4.Veremos que o Novo Nascimento marca o início da jornada do cristão com Deus. Senão, não haverá recomeço.

Texto Áureo – João 3.3 – “Jesus respondeu e disse-lhe: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo não pode ver o Reino de Deus”.

I – A Caminhada com Cristo

Primeiro, faz-se necessário um retorno a Deus. É quando saímos da condição de mortos espirituais para uma nova vida e tornamos filhos de Deus.

É mudar da posição de perdidos para salvos por Cristo Jesus.

Ef 2.1 – “E vos vivificou, estando vós mortos em ofensas e pecados”.

A preparação humana - Estritamente falando, o homem não pode cooperar no ato de regeneração, que é um ato soberano de Deus; mas o homem pode tomar parte na preparação para o novo nascimento. Qual é essa preparação? Resposta: Pelo arrependimento e a fé.

Tema geral: “A carreira que nos está proposta”, o Caminho da Salvação... – Começa onde estamos: Na terra e havendo êxito termina no céu.

Discussão 1: Será que nós, pelas Escrituras, temos bases para falar tanto do inferno como do céu, dois destinos, dois lugares na dimensão espiritual, após a prestação de contas perante Deus? Há vozes ditas cristãs negando essas verdades bíblicas.

II – O Novo Nascimento ou regeneração – É o ato divino – O crente é "nascido" de Deus (I Jo 5.1), "nascido do Espírito" (Jo 3.8), "nascido do alto" (tradução literal de João 3.3,7). Em Cristo, o Pai, deu-nos o poder de tornarmos seus filhos.

A Necessidade - A queda espiritual no Éden, justifica e requer a necessidade do Novo Nascimento. “A alma que pecar, essa morrerá” (Ez 18.20). “...aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no Reino de Deus” (Jo 3.5).

Ef 2.4-6 – “Mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou, estando nós ainda mortos em nossas ofensas, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos), e nos ressuscitou juntamente com ele, e nos fez assentar nos lugares celestiais, em Cristo Jesus”.

É purificação - Deus nos salvou pela "lavagem" (literalmente, lavatório ou banho) da regeneração (Tito 3.5). A alma foi lavada completamente das imundícias da vida de outrora. Torna-se nova criatura em Cristo (II Co 5.17). A palavra como água, também nos limpa (Jo 15.3). “Vós já estais limpos pela palavra que vos tenho falado”.

É vivificaçãoÉ a "renovação pelo Espírito Santo" (Tito 3.5b).

No Sl 51.10 – É a petição do salmista: “Cria em mim, ó Deus, um coração puro e renova em mim um espírito reto”.

Em Rm 12.2 – É a transformação pela renovação do entendimento.

Em Ef 4.23 – É a renovação, ressignificação dos sentidos na alma.

Em Cl 3.10 – É o vestir-se do novo homem, com conhecimento renovado segundo Deus.

Efeitos da regeneração:

Posicional (adoção) – é concedida, dada a posição de filhos;

Espiritual (união com Deus) - A transformação espiritual o torna filho de Deus e participante da natureza divina;

Prático (retidão pela fé) - A pessoa nascida de Deus não vive no pecado deliberadamente, opõe-se ao pecado (I Jo 3.9; 5.18), aplica-se ao que é justo (I Jo 2.29), vive o amor fraternal (I Jo 4.7) e pela fé vence o mundo (I Jo 5.4).

A essência da regeneração – “É uma nova vida concedida por Deus Pai, mediante Jesus Cristo e pela operação do Espírito Santo” (Myer Pearlman).

Evitando os extremos (o status de santo versus santarrão)

1.Biblicamente é inconcebível que a pessoa nascida de Deus, portadora da natureza divina, continue a viver habitualmente no pecado (I Jo 3.9);

2.Também não se transforma num santarrão: "Se alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o justo" (I Jo 2.1).

O resultado prático – “É uma transformação radical da pessoa em sua natureza, seu caráter, desejos e propósitos” (Myer Pearlman).

Só o evangelho de Jesus Cristo declara tomar a natureza decaída do homem para regenerá-la, colocando-a em contato de volta com a Fonte da vida: Deus, o Criador.

Discussão 2: A Educação Secular como redentora social funciona?

1.Ela ajuda em parte. Mas, o homem caído, sem o novo nascimento não vai muito longe na sua espiritualidade.

2.Existem humanos letrados, cultos, bem vestidos, com status de homens públicos e são uma maldição no tecido social.

3.A religião em si mais aprisiona do que liberta, não faz o homem velho, no pecado, nascer de novo.

4.Fazer o homem caído espiritualmente mudar de rota e se voltar para Deus com temor e tremor, só é possível pela ação poderosa do Espírito santo, a partir do convencimento do estado espiritual em os homens se encontram. É um milagre de Deus no homem (Jo 3.6; 1.3; I Co 15.50).

Discussão 3: O Novo Nascimento e conversão é o mesmo instituto teológico ou são experiências distintas na vida cristã?

Novo nascimento é instantâneo. A conversão é um processo que depende do nível de entrega a Cristo de cada crente.

III – O Novo Testamento e a caminhada de fé do Cristão

Encontramos no AT uma revelação progressiva, monoteísta da Divindade. Deus se revelou a um homem e dele constituiu o seu povo, com promessas gloriosas em prol de toda a Humanidade.

Em cada livro da Bíblia desde o AT, encontramos uma figura, sombras da revelação divina que apontavam para Jesus.

Já no NT Testamento os símbolos foram cumpridos em Jesus. Ele é o tema central do antigo e NT. E o Plano da Redenção está revelado.

Discussão 4: As Escrituras do AT são: A Lei, Profetas e Salmos - É possível sermos preservadores da boa doutrina bíblica, sem nos tornamos fundamentalistas com interpretações anacrônicas, presos às figuras de *Dispensações passadas?

*Dispensação - É um período de tempo em que o homem é provado com respeito à sua obediência e alguma revelação específica da vontade divina.

Na dispensação da Inocência, por exemplo, o homem foi colocado em um ambiente perfeito, sujeito a uma prova simples e advertido das consequências da desobediência.

Alerta contra o anacronismo – É ficar no passado, interpretando realidades, costumes, culturas, tentando fazê-las valer na contemporaneidade; é narrar fatos num determinado contexto passado, aplicando à realidade presente, ignorando momentos históricos e os avanços civilizatórios em sociedade.  

Exemplos: Vamos manter a escravidão? Guardar o sábado? Hoje é certo considerar a mulher impura, afastá-la do convívio social no período menstrual? Roupas é uma questão cultural com a devida ética ao corpo...filho desobediente contumaz, pode apedrejar ele. A mulher calada no Templo...o uso do véu...defender santidade de fora para dentro...

Conclusão

1.A ruptura da comunhão do homem com Deus no Éden, levou à morte espiritual, requer nascer de novo.

Rm 5.12 – “Pelo que, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, por isso que todos pecaram”.

2.A caminhada cristã tem começo, meio e destino final, porém inicia o Novo Nascimento.

3.No milagre da regeneração há participação ativa do Pai, o Criador, a Fonte da vida, o Filho o bom pastor que a vida pelas ovelhas, o Espírito Santo opera em nós o Novo Nascimento.

4.Podemos afirmar com o AT é o evangelho oculto e o NT o evangelho relevado? Sim! e ambos são a inspirada e inerrante Palavra de Deus.

Fontes da pesquisa:

Lição CPAD/EBD – 2º trimestre de 2024.

Bíblia Sagrada

Conhecendo as Doutrina da Bíblia – Myer Pearlman.

Por Samuel Pereira de Macedo Borges 

Natal/RN, 06/04/2024.

sexta-feira, 29 de março de 2024

O poder de Deus na Missão da Igreja

 

Texto Áureo - “Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e até aos confins da terra.” (At 1.8).

Introdução

1.Na lição 5, estudamos a missão da Igreja – Pregação, ensino, adoração e edificação, predicados da Grande Comissão.

2. É impossível a Igreja cumprir a sua missão aqui na terra, sem o poder do Espírito Santo. É o foco da lição 13.

3. Se o povo de Deus descuidar do poder pentecostal colocará em risco o sucesso da missão da Igreja na Terra.

I. A Visão do Ev. Lucas Acerca do Papel do Espírito Santo no NT

1.Lucas registrou que o Senhor Jesus só começou o seu ministério depois de descer sobre Ele o Espírito Santo (Lc 3.21,22). Foi o momento inaugural...

a) Ele realizou o seu ministério no poder do Espírito Santo - Foi capacitado pelo Espírito Santo (Lc 4.18-19).

“O Espírito do Senhor é sobre mim, pelo que me ungiu para evangelizar, curar quebrantados do coração, apregoar liberdade aos presos, dar vista aos cegos, colocar em liberdade os oprimidos...”

b) Dependeu dEle para exercer o ministério – Lc 5.17 - “...e a virtude do Senhor estava com Ele para curar”.

c) Mt 12.28 – “Mas, se eu expulso os demônios pelo Espírito de Deus, é consequentemente chegado a vós o Reino de Deus”.

2.Foi Lucas quem registrou o que disse Jesus, pouco antes da sua ascensão e foi a última instrução aos discípulos.

“E eis que sobre vós envio a promessa de meu pai; ficai, porém, na cidade de Jerusalém até que do alto sejais revestidos de poder” (Lc 24.49).

II. O Espírito Santo Capacitando as Testemunhas

1.O Livro de Atos retrata a experiência pentecostal como um acontecimento objetivo, não subjetivo - Ela podia ser “vista” e “ouvida” (At 5.32).

At 2.41 – Conversão em massa - Quase três mil almas receberam a Palavra pela pregação de Pedro. Em At 4.4, eram cerca de 5 mil.

At 3.9-10 - A cura do coxo à porta do templo – “E todo o povo o viu andar e louvor a Deus”. Os que viram ficaram pasmos, assombrados com a cura do coxo.

E assim foi, a começar do sinal sobrenatural, visível o falar em línguas desconhecidas (At 2.4; 10.44-46; 19.1-6).

A doutrina pentecostal clássica - Afirma que “o falar em línguas desconhecidas” é a evidência física inicial do batismo no Espírito Santo. Experiências na Igreja comprovadas no tempo e local.

2.A promessa do derramamento do Espírito veio sobre “toda carne” (At 2.17).

Primeiramente, o Espírito capacitando líderes para o desempenho da Causa do Evangelho (At 4.33).

Vemos o apóstolo Pedro sendo “cheio do Espírito Santo” quando foi confrontado pelos do Sinédrio (At 4.6-8);

O apóstolo Paulo quando é cheio do Espírito Santo para resistir a Elimas, o mágico (At 13.9).

Pessoas “comuns” também eram revestidas do poder do alto.

Estevão e Filipe, que haviam sido escolhidos para “servirem as mesas”- Em nome de Jesus realizavam sinais e prodígios (At 6.8; 8.6). Filipe, um pregador e ganhador de almas (At 8.26-40).

Ananias, até então, um ilustre desconhecido - É convocado por Deus para impor as mãos naquele que seria o maior apóstolo de todos os tempos, Paulo (At 9.10-18;19.10-11).

Lição: Vaso limpo que buscar e se deixar ser cheio do Espírito será cheio de Deus. Agora, cada um na vocação em que foi chamado será útil.

Que nos diz Atos 2.46-47 – “E, perseverando unânimes todos os dias no templo e partindo o pão em casa, comiam juntos com alegria e singeleza de coração, louvando a Deus e caindo na graça de todo o povo. E todos os dias acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar”.

Hoje alguns estão tementes à perseguição – Perseguição nunca parou a marcha da Igreja que anda sob o poder de Deus. Cristianismo não é para acomodados que esperam só bênçãos, só benefícios. Aqui tudo é passageiro. “Sê fiel até à morte, dar-te-ei a coroa da vida” Ap 2.10b.

O crescimento das igrejas em Atos estava associado ao testemunho dado pelos crentes capacitados pelo Espírito Santo (At 9.31).

III. O Espírito Santo – A Força Motriz da Evangelização

1.Mc 16.15-20 – No ide por todo mundo de Jesus – “E pregai o evangelho a toda criatura”, inclui sinais comuns, naturais e seguiriam à pregação do evangelho? Não, são sinais sobrenaturais na autoridade do seu nome e confirmaria a palavra pregada.

2.At 13.1-3 - O comissionamento de Paulo e Barnabé para a primeira viagem missionária foi ação direta do Espírito Santo. A Deidade atuando pelo seu Espírito.

3.Quando falamos força, impulso do Espírito, não é mera força, um fluído. Atentemos para não despersonalizar o Espírito Santo. Tudo de fenômeno espiritual na Igreja é Deus agindo pelo seu Espírito.

4.Jesus é um ser humano e divino, uma pessoa divina com personalidade. O Espírito Santo, o Espírito da verdade, veio para o substituir e nos guiar em toda a verdade (Jo 15.13). Ele tem todos os atributos da personalidade da Divindade.

5.Cuidado com o Modalismo – Doutrina herética do 2º século que negava a existência das três pessoas da Trindade na Fé Cristã. Diziam que eram apenas três modos ou aspectos de Deus se apresentar aos humanos.

No Unitarismo: É a crença oficial das Testemunhas de Jeová – Para o russelismo “existe apenas um Deus Todo Poderoso, que é o Pai Jeová. Jesus Cristo é uma pessoa distinta de Jeová e Filho Dele, sua primeira criação. O espírito santo não é pessoa, mas em termos simples, o poder de Deus”.

6.Por toda Bíblia, vamos encontrar o sincronismo, a unidade das três pessoas da Trindade, trabalhando em conjunto, desde a Criação, no projeto da redenção, nos juízos e na consumação dos séculos.

Conclusão

1.Vimos que não é opcional contar com o Espírito Santo na missão da Igreja. Ele é indispensável. Aprenda a depender dele.

2.É tão importante ter consciência da dependência do Espírito Santo, quanto saber quem é o Espírito Santo – Uma das pessoas da Trindade.

3.Busquemos o Batismo no Espírito Santo e os dons. É para os nossos dias. Recente, ouvir um presbiteriano dizer e quase apanhava: “Nós estamos debaixo do pentecostes”. E nós irmãos?

4.Enche-se do Espírito quem desejar e buscar; segundo se esvaziar para poder ser cheio; terceiro, mudanças de atitudes para santificação. Não conte com o Espírito sendo uma casa suja, em desordem, baldia, inútil. Consagremo-nos!

5. Não nos enganemos. Seremos conhecidos pelos frutos, não pelos dons (Mt 7.15-20). Porém, para frutificar, só andando no Espírito (Gl 5.22). Amém! 

Fontes da pesquisa:

Lição CPAD/EBD – 1º trimestre de 2024.

Bíblia Sagrada.

Por Samuel Pereira de Macedo Borges

Natal/RN, 28/03/2024.

terça-feira, 26 de março de 2024

A Páscoa e a Ceia do Senhor

 

Êxodo 12.1-14 – A Páscoa é uma festa judaica, instituída por Deus, na noite da saída do povo hebreu do Egito. Por volta de 1.446 a.C. e celebra a libertação da escravidão egípcia.

Um cordeiro ou cabrito, sem mácula, um macho de ano, deveria ser sacrificado, assado e comido em família, com pães asmos e ervas amargosas. E partir de então, uma celebração, em memória do êxodo, por estatuto perpétuo para nação de Israel.

O sangue do cordeiro pascoal era para ser espargido nos umbrais das portas dos hebreus, para servir de sinal de livramento da praga dos primogênitos que viria sobre os egípcios, na noite da partida do êxodo (hb. saída).  

O termo Páscoa (do hebraico pesah) significa passagem, pular além da marca, passar por cima.

O cordeiro pascoal apontava para o sacrifício de Jesus, que um dia se cumpriria, tal qual como aconteceu em Jerusalém, por volta do ano 33 d.C.

Quando Jesus foi ao Rio Jordão para ser batizado por João Batista, Deus lhe revelou quem era Jesus e ele gritou: Eis (atenção!), o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (Jo 1.29).

Jesus, na noite em que foi traído, preso, julgado e condenado pelo Sinédrio, celebrou a última Páscoa com seus discípulos, quando também instituiu a Ceia do Senhor, apresentando os dois elementos, o pão e o vinho, figuras do seu corpo e sangue, apontando para o seu sacrifício na cruz (execução pelos romanos), em prol de toda a humanidade.

Os registros da última Páscoa de Jesus com os discípulos estão narrados nos evangelhos como seguem: Mt 26.17-30; Mc 14.12-26; Lc 22.7-23.

Naquela cerimônia, Ele também estabeleceu o Novo Testamento, a Nova Aliança, pelo seu sangue, derramado por muitos, para remissão (perdão) dos pecados (Mt 26.26-28).

Jesus foi crucificado e ressuscitou ao terceiro dia, conforme as Escrituras. Eis porque não é vã a pregação do evangelho de Jesus. Ele matou, venceu a morte. Tinha o poder de dar a sua vida e tornar a tomá-la (Jo 10.17-18).

Mateus 28.5-6 – “Mas o anjo, respondendo, disse às mulheres: Não tenhais medo; pois eu sei que buscai a Jesus, que foi crucificado. Ele não está aqui, porque já ressuscitou, como tinha dito. Vinde e vede o lugar onde o Senhor jazia”. 

O apóstolo Paulo, recebeu instruções reveladas pelo próprio Cristo a respeito da Ceia do Senhor e deixou registradas em I Co 11.23-32. Uma celebração memorial para Igreja Cristã até a volta do Senhor Jesus (I Co 11.24-26).

Observamos, portanto, que a festa da Páscoa judaica nada tem a ver com coelhos e ovos de chocolates. Foram invenções por interesses comerciais introduzidas ao longo dos anos no feriado religioso da Cristandade. Para o Cristianismo, a Páscoa só é útil na sua simbologia e foi cumprida em Jesus.

Por isso o apóstolo Paulo escreveu: “...Cristo, a nossa Páscoa, foi sacrificado por nós” (I Co 5.7b).

O Cerimonial da Ceia do Senhor na Tradição Cristã

1. No romanismo - Compreende de forma literal as expressões ditas por Jesus em referência aos elementos da Ceia do Senhor: “isto é o meu corpo” (Lc 22.19); “Este cálice é [...] meu sangue” (Lc 22.20).

O ensino da transubstanciação (alteração da substância) - Segundo esse entendimento, durante o cerimonial os elementos da Ceia, o pão e vinho, se convertem no corpo e no sangue de Cristo.

2.A consubstanciação na tradição protestante luterana - Afirmam que o corpo físico de Jesus está presente no pão da Ceia. Contudo, negam que os elementos da Ceia se transformam no corpo e no sangue de Jesus, o Cristo. 

3.A posição pentecostal e em geral dos evangélicos – A exegese do texto é que o pão e o vinho não se convertem fisicamente no corpo de Jesus, nem está Jesus presente fisicamente neles.

Assim sendo, o pão e o vinho simbolizam o corpo e o sangue de Jesus. Contudo, Jesus se faz presente espiritualmente na cerimônia da Ceia (Mt 18.20), e em memória celebramos a Ordenança da Ceia do Senhor, conforme I Co 11.24-25:

“E, tendo dado graças, o partiu e disse: Tomai, comei; isto é o meu corpo que é partido por vós; fazei isto em memória de mim. Semelhantemente também, depois de cear, tomou o cálice, dizendo: Este cálice é o Novo Testamento no meu sangue; fazei isto, todas as vezes que beberdes, em memória de mim”.

Um detalhe histórico por influência da Páscoa Judaica (Mt 26.21,26; Lc 22.11-13; I Co 11.25 - “depois de cear”) - Uma das tradições na Igreja Primitiva era a Festa Ágape, realizada antes da Ceia do Senhor. Todos traziam pratos prontos, bebidas de suas casas e juntos faziam um grande banquete. Só que a desordem, a irreverência foi tomando conta dessa refeição comum e coletiva, afetando aspectos solenes da Ceia do Senhor, que de costume, era realizada logo após.  

A tônica do apóstolo Paulo em I Co 11.17-34, tinha o objetivo de instruir/doutrinar sobre o Cerimonial da Ceia do Senhor, destacando o significado simbólico e espiritual da celebração, com a devida reverência e ordem.

O pão e o vinho, como elementos figurativos na Ceia do Senhor, não comportam adoração como se fossem Jesus.

É antibíblico afirmar que a celebração da Ceia do Senhor (eucaristia – boa presença), seja uma repetição do sacrifício de Jesus na cruz.

O sacrifício de Jesus no calvário foi completo, perfeito, feito uma vez, havendo oferecido um único sacrifício pelos pecados da humanidade, não precisa ser repetido (Hebreus 10.10-12). Foi e está consumado o plano da redenção para todo o que crê (João 19.30).

A Ceia do Senhor é uma Ordenança instituída por Jesus - Um memorial, para os salvos em Cristo, aos batizados na forma trinitária, por imersão e esteja em comunhão com Deus. Não é um sacramento.

A palavra sacramento, do latim sacramenntum, significando um sinal sagrado capaz de conferir graça àquele que dele participa. Nesse sentido, Agostinho (354-430 d.C.), bispo de Hipona, introduziu esse desvio na Igreja em relação ao Batismo como sacramento, um rito que transmite graça espiritual independentemente da fé de quem o pratica. E por conseguinte, na Cristandade, se estendeu ao rito da eucaristia, também como um sacramento.

Quando Jesus disse em João 6.53-56, para comer da sua carne e beber do seu sangue, para termos vida eterna e permanecermos nele e ele em nós, os judeus ficaram confusos porque entenderam ao pé da letra (João 6.52). Jesus, no contexto do discurso, transmitia verdades espirituais por metáforas.

1.Em João 6.35,48 declara “Eu sou o pão da vida”. Pão que mataria a fome de quem vem a Ele. E a sede de quem nele cresse. Claro, fome e sede espirituais saciadas, mediante a fé.

2.Em João 6.51 – Jesus faz menção a sua carne, o seu corpo que daria pela vida do mundo (a humanidade) na cruz.

3.De modo que quem se alimenta do “pão da vida” viverá por Ele (Jo 6.57).

4.Assim sendo, comer da sua carne e beber do seu sangue, significa absorver por fé o seu sacrifício na cruz em nosso lugar, na condição de Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, e nele temos promessa de vida eterna (Jo 6.67-69;3.16).

Por Samuel Pereira de Macedo Borges

Bacharel em Direito e Teologia

Natal/RN, 26/03/2024.


sábado, 23 de março de 2024

O papel da pregação no culto


Texto Áureo – II Tm 4.2 – “Que pregues a palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes, com toda a longanimidade e doutrina”.

Verdade PráticaPregar a Palavra de Deus é a sublime missão da Igreja. É por intermédio do Ministério da Palavra que vidas são salvas, transformadas e edificadas.

Introdução

1.Veremos que a pregação, o discipulado, o ensino da Palavra de Deus é o que traz formação ao povo de Deus. 

2.É pelo Ministério da Palavra que a Igreja é edificada e moldada pelos valores do Reino.

3.Uma Igreja onde a Palavra de Deus não tem a primazia (At 6.1-4), tanto na ação evangelística quanto na discipuladora, é uma Igreja fraca.

4.Para ter êxito o Ministério da Palavra na Igreja precisa ser bíblico e cristocêntrico, sendo o Cristo, o tema central nas Escrituras.

Objetivos da Lição

I) Apresentar o Ministério da Palavra e seu propósito;

II) Enfatizar a importância do Ministério da Palavra;

III) Explicitar a fundamentação do Ministério da Palavra.

I. Ministério da palavra e seu Propósito

1.A pregação como proclamação – O verbo grego kerysssô, traduzido como “proclamar”, é usado no sentido de que a pregação tem o propósito de revelar Deus às pessoas, trazer o conhecimento de Deus (Mt 3.1; 4.23; Lc 4.18; At 8.5; Rm 10.8). 

Então, o propósito mais sublime do Ministério da Palavra está no fato de ele revelar Deus às pessoas.  

Em At 16.14, narra que enquanto Lídia ouvia a pregação feita por Paulo, o Senhor abriu-lhe o coração.

“De sorte que a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus” (Rm 10.17).

A pregação do Evangelho é mais do que uma simples exposição de ideias, mais do que um discurso inflamado, é o canal pelo qual Deus se revela aos homens.

2. A pregação como instrução - As pessoas que foram alcançadas pela Palavra pregada precisam crescer e amadurecer no Evangelho, ou seja, necessitam ser discipuladas, instruídas.

Mt 4.23 - “E percorria Jesus toda a Galileia, ensinando nas suas sinagogas”.  

Mt 5.2 – No sermão do Monte, Jesus também “ensinava aos seus discípulos”.

Em At 18.11, registra que o apóstolo Paulo gastou grande parte de seu tempo ensinando os crentes.

Paulo exortava que se alguém que tivesse pretensão ministerial que fosse “apto para ensinar” (I Tm 3.2).

II. O Ministério da Palavra e sua Importância

1. Na edificação da Igreja - O Espírito Santo atua pelo Ministério da Palavra, conforme I Ts 2.12, com exortação, consolo e admoestação. E segundo Pr Hernandes D. Lopes:

Exortar (I Ts 2.12ª) – Não é dar carão nas pessoas - Traz a ideia de estar do lado para encorajar. O bom líder é aquele que equilibra disciplina com encorajamento. Ele ministra a vara e também ministra o amor. Tem firmeza e doçura. Ele produz, faz discípulos, dentro e fora do templo.

Consolar (I Ts 2.12b) – Não é se condoer, ter pena de alguém passivamente. O ato de consolar está ligado à ação, a atitudes. Não é apenas fazer o consolado se sentir melhor, mas encorajá-lo a fazer algo, de modo a mudar a situação, a realidade do consolado.

Admoestar (I Ts 2.12c) - Vem do grego nouthesia, que significa confronto. O papel do líder seja pai, ou um pastor não é todo o tempo estar agradando as ovelhas, os liderados. O seu dever é preparar as pessoas para o agora e para a vida eterna. E sendo assim, um pai responsável confronta os filhos, um pastor as suas ovelhas, ainda que os leve, às vezes, às lágrimas, incomodando-os para se corrigir e mudar de comportamento, quando necessário.

Paulo solicitando a Timóteo que persistisse em ler, ensinar a Palavra e “exortar” (I Tm 4.13).

Lucas, em At 9.31 – Destacava que a Igreja andava na “consolação do Espírito Santo”.  

2. Formação de valores - A pregação da Palavra é determinante para formação da consciência do cristão e no enfrentamento de uma cultura ideológica sem Deus, contra a Fé Cristã.

Em linha apologética, com fundamentos bíblicos, a Igreja precisa mostrar, com boa didática, sua forma de pensar, crer e agir, formando e difundindo a sua cosmovisão, isto é, sua visão de mundo.

Paulo, aos crentes da Igreja em Roma exortou-os a não se conformarem com aquela presente era (Rm 12.2). E foi a cerca de 2 mil anos. Que dirá hoje...

3.Para realçar a relevância da Palavra na vida Igreja, reflitamos:

Hoje na Igreja, em razão das muitas atividades eclesiásticas, é frequente o tempo para Palavra ficar espremido, apertado no culto.

Uma pergunta sensível: Está a agenda da Igreja, batendo ou concorrendo com a do Reino de Deus?

O Reino de Deus é mais amplo do que a Igreja, enquanto a Igreja é a maior expressão do Reino na Terra.

III. O Ministério da Palavra e sua Fundamentação

1. Deve ser cristocêntrica - Jesus mostrou aos discípulos no caminho de Emaús, Ele era o centro da Lei e dos Profetas, e o que dele foi escrito estava se cumprindo em Jerusalém (Lc 24.27).

A Bíblia diz que “descendo Filipe à cidade de Samaria, lhes pregava a Cristo pelas Escrituras” (At 8.5).

Qual foi a finalidade do Evangelho de João? Mostrar que Jesus era o Verbo Divino e Filho de Deus.

João 20.30-31 – “Jesus, pois, operou também em presença de seus discípulos muitos outros sinais, que não estão escritos neste livro. Estes, porém, foram escritos para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome”.

Apolo era conhecido por sua eloquência e capacidade de mostrar que o Cristo prometido nas Escrituras era Jesus de Nazaré:

Atos 18.28 - “Porque com grande veemência convencia publicamente os judeus, mostrando pelas Escrituras que Jesus era o Cristo”.  

2. Deve ser bíblica – Vivemos um tempo em que a pregação em muitos lugares virou um modismo. Parece que temos “pregadores” em demasia, mas há pregações sem consistência bíblica.  

Em geral, a pregação hodierna na IEB tem mensagens de:

a) autoajuda com um verniz de pregação - Mensagens atraentes que só visa transmitir bênçãos ao ego do ouvinte. Palatável ao indivíduo consumidor da fé gospel.

b) São gurus com marketing religioso muito afinado. Mas, não há na ministração exposta conteúdo bíblico consistente.

c) Fala e faz da piedade, um objetivo financeiro e material. O deus deles é o consumismo de coisas (Fp 3.19; I Tm 6.5-6).

d) A ausência do combate ao pecado – O chamado a uma vida separada do mundo e dedicada a Deus são esquecidos.

Todavia, “...O Senhor conhece os que são seus, e qualquer que profere o nome de Cristo aparte-se da iniquidade” (II Tm 2.19b).

e) É uma mensagem sem cruz (Gl 6.14) - Sem conversão, sem frutos dignos de arrependimento (Jo 15.2,16; Mt 3.8).

As Escrituras confronta as oposições do passado e as presentes. E permanece sendo o que escreveu o escritor aos hebreus:

“Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até o ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e é apta para julgar os pensamentos e propósitos do coração. E não há criatura que não seja manifesta na sua presença; pelo contrário, todas as coisas estão descobertas e expostas aos olhos daquele a quem temos de prestar contas (Hb 4.12-13 - NAA).

Conclusão

1.Da exposição desta lição 12, constatamos que a Igreja precisa e deve da primazia ao Ministério da Palavra onde se reunir.

2.A Igreja Cristã não pode prescindir, renunciar à pregação genuinamente bíblica que reflita os valores do Reino de Deus.

3.Como não há atalhos para santificação, também não tem como seguir a Cristo, a verdade que liberta e salva, distante das Escrituras.

4.Numa cultura cada vez mais hostil à fé cristã, a Igreja persistirá em proclamar com firmeza e fidelidade a mensagem do Reino sob a autoridade da Palavra de Deus.

Fontes da pesquisa:

Lição EBD/CPAD – 1º trimestre de 2024.

Bíblia Sagrada

Por Samuel Pereira de Macedo Borges

Natal/RN, 21/03/2024.

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